A questão do déficit de moradia no Brasil é, sem dúvida, urgente. O desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida em São Paulo fez diversas vítimas e chamou a atenção para esse assunto. São milhares de pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade em favelas, cortiços, ocupações e nas ruas da cidade. Por outro lado, são mais de 700 edifícios vazios no centro de São Paulo¹.

O conceito do projeto surge de uma convicção do grupo acerca desse tema: é preciso OCUPAR OS VAZIOS. Porque além de casa, as pessoas devem ter acesso à cidade e às oportunidades que ela oferece. Porque os vazios urbanos (lotes e/ou edifícios vazios) não cumprem o seu papel social como prevê a lei. Porque precisamos nos apropriar da cidade e porque merecemos ser reconhecidos.

Dessa forma, propomos uma grelha modular tridimensional que coincide com o “esqueleto” estrutural do edifício, em vigas e pilares metálicos. Os espaços vazios vão sendo ocupados pelas cinco tipologias de apartamentos propostas (OCUPAR HABITACIONAL). A disposição dessas volumetrias geram espaços de convivência em todos os pavimentos (OCUPAR COMUNIDADE). Além disso, propomos um térreo se abre e se amplia para a calçada, um espaço para OCUPAR A CIDADE, com exposições, apresentações, e possibilidade de bancas comerciais dos próprios moradores.